Este trabalho explora o fetichismo sob a ótica psicanalítica, desde Freud até teóricos contemporâneos. Embora a Psicanálise tenha mais de um século, há uma lacuna significativa em literatura sobre novas descobertas relacionadas ao fetichismo e à perversão, mantendo-se o paradigma freudiano como referência principal. Em "O Fetichismo" (1927), Freud sugere que existem aspectos da gênese do fetichismo ainda não compreendidos e que necessitam de pesquisa futura.
Apesar do avanço da teoria psicanalítica, que se originou do estudo dos conflitos neuróticos, a compreensão das perversões, como o fetichismo, não evoluiu significativamente. Esta pesquisa revisou artigos científicos dos últimos quinze anos sobre fetichismo, discutindo conceitos psicanalíticos como angústia de castração, clivagem do ego e desmentido, e revisando os trabalhos de Freud, Lacan e Klein. A análise revelou que, enquanto o fetichismo é uma explicação predominante para as perversões, há uma distinção importante entre as perversões sexuais e morais.
O estudo também abordou alterações cerebrais associadas à perversão e a importância das figuras parentais na castração, sugerindo um possível fator epigenético no desenvolvimento humano. O modelo freudiano de formação do objeto-fetiche ainda é o principal paradigma para entender a perversão.